sexta-feira, 27 de maio de 2016

SIGMUND FREUD

Fernando Rosembergt

Referida questão, dos degraus psíquicos em nós mesmos, e de suas intrincadas nuanças, se iniciara, salvo melhor juízo, com o gênio psicanalista Sigmund Freud (1856-1939); para ele, tal psiquismo, em sua profundidade, reflete o conteúdo mais primitivo do Homem, juntamente com a libido e outras formas de satisfação e prazer; e sugere, mais ainda: instintos e repressões diversas provocadas pelo Ego, nossa Personalidade Consciencial. De tal forma que, para Freud, nossa mente se representaria como sendo composta por três degraus psíquicos um tanto distintos entre si, porém entrosantes, sendo tais:

-Superego: conteúdo moral, de aspecto superior;
-Ego: patenteando razão, nosso consciente; e:
-Id: psiquismo de profundidade, conforme citado supra.

Todavia, Freud desconhecia a Alma, o Espírito imortal; e ignorava também outros dos princípios fundamentais da existência humana: a reencarnação. E, portanto, se a proposição psicanalítica freudiana representou uma revolução no pensamento científico da época, a mesma falhara a um seu contexto mais geral, devendo, pois, ser ampliada e corrigida em muitas de suas ilações; e o fora, certamente, por muitos dos que lhe seguiram a picada então iniciada. No Espiritismo, sobretudo no Século 20, vemos o aprimoramento da temática em questão, onde se lhe acrescenta o referido Espírito imortal palingenésico, sendo tal concepção composta por aqueles mesmos compartimentos psíquicos, que ganham denominações de:

-Super-Consciente;
-Consciente; e
-Subconsciente.

Ocorrendo que o Espírito, em reencarnando, acaba por remodelar o fundo do seu caráter na nova personalidade psicofísica do Mundo, em função da dinâmica progressiva das coisas que, lentamente, nos muda para melhor. Sendo tais mudanças, e progressos, pois, proveniente das boas influências do lar, da escola, do meio social, enfim, de sua nova perspectiva humana: biológica, cognitiva, axiológica e moral.

Entretanto, as aquisições do passado são, de alguma sorte, imorredouras; e daí, o seu recordar instintivo dos labores pretéritos, das observações já encetadas, a emergirem de forma mais ou menos intensa nas telas mnemônicas da nova e presente constituição cerebral. Ora, quem poderá esquivar-se das idéias inatas, das impressões nítidas de que já pudera embalar outras vidas, em outros tempos, em outros lugares?

Quem, em sã consciência, poderá dizer que nunca se sentiu envolto por sensações estranhas, idéias vagas e imprecisas, ou muito precisas, de um passado distante, outrora experimentado?

Tais impressões, distantes ou mais recentes, indicam terem sido realmente vivenciadas, pois tais registros estão  assimilados em nós mesmos e, portanto, registrados na memória profunda e imponderável do Subconsciente, em que, além de aptidões e conhecimentos adquiridos, se os houve, lograremos detectar, certamente, a origem dessas sensações, estados de espírito enobrecidos uns e menos dignos outros.

Com isso, o presente viver, o nosso hoje, não teve seu início no berço, ou, mais especificamente ainda, não teve seu início pela união dos gametas no vaso intra-uterino, e sim, no longínquo e mais distante ontem, de eras corridas e transcorridas, pois que o Homem é um Ser de múltiplas experiências palingenésicas, que se liberta, pouco a pouco da ignorância de Si mesmo para integrar-se à Sabedoria do Amoroso Pai, a Inteligência Cósmica Universal.

Assim, pois, tudo quanto possa aflorar do Subconsciente, tantos estados incógnitos, ambíguos e inexplicáveis, eles tão só se explicam pela Individualidade que já viveu outras vidas, outras experiências, e que ainda regressa para completar seu destino, seus trabalhos interrompidos, sua infinita missão de crescer pela eternidade.

Pensar diferente, argüindo que temos tão só, e, uma única existência no Mundo, para então sermos julgados para sempre, é até compreensível em face do primitivismo humano que, por sua vez, se estendem às mais diversas crenças que, amanhã, por contínuos avanços, haverá de acatar idéias mais amplas de um Ser que é resultado de suas transmigrações, visando constante evolver.

Ora, se o Ser recorda, se o Eu pressente diversamente, o fato do pré-sentir, ou do pré-existir, constitui a própria base espiritual do Ser, do Eu que recapitula, rememora e está de retorno ainda para novas expansões do saber, da virtude que cresce, da sensibilidade que se amplia, do coração que se dilata.

O presente viver, portanto, tem a mais profunda conexão com a história passada da humanidade, com o pretérito de cada Ser, cada Individualidade social. O hoje, portanto, está solidário com o ontem, e, no seu viver, vai lançando suas conexões com o futuro, com o amanhã de todos nós. Se a colheita do hoje tem suas raízes plantadas no antanho, não é menos certo que os frutos do amanhã dependerão dos nossos presentes esforços.

Alguns autores de tão fascinante tema, do psiquismo de profundidade, não hesitam em afirmar, com razão, que dita região mental é a diretora, sem que o percebamos, de esmagadora maioria de nossos atos, explicitando nossas tendências (instintivas, intelectuais e morais) numa maneira especial de ser e de viver, revelando nossas conquistas boas ou más, extraídas do cadinho das experiências vividas, transpostas pelo tempo-evolução.

Todavia, será inadiável explanar que o esquecimento do passado, enquanto na carne, que, afinal, trata-se de um esquecimento parcial, vem a ser, na verdade, o mais perfeito mecanismo do processo palingenésico, sendo, por isto mesmo, providencial e mui benéfico ao Ser que reinicia sua nova condição humana.

Notemos que, perpassando os olhos pelas páginas da história, desde remotíssimas eras, verificamos o quanto houve de progressos sociais, culturais, científicos e tecnológicos até a presente Era da Informática, da Astronáutica e das Ciências mais avançadas do Mundo.

Mas também vemos um penoso quadro de tragédias, de devastadoras paixões, de sangrentas guerras, de animalescos crimes, mesmo de religiosos, que tanto enlamearam e enlameiam a dignidade humana.

Que proveito, pois, teríamos nós com a lembrança constante de nossos erros, episódios tão tristes e tão desprovidos de racionalidade, de espírito cristão? Onde a paz e o equilíbrio para o bom relacionamento social, para o trabalho, para a salutar convivência familiar, se tivéssemos a posse integral do nosso tortuoso passado?

Com efeito, a lembrança minuciosa do nosso pretérito, sobretudo de nossas faltas, traria graves inconvenientes às relações sociais, nos entravaria o progresso e nos conduziria à loucura neste Mundo já tão louco sem as lembranças de antanho. Recomeçando a vida, sem suas penosas lembranças, o Homem é mais senhor de si, o que não significa que não tenha alguma intuição, pois que tem, de suas experiências transpostas, tendências inatas de sua natureza imortal e reencarnatória.

Dir-se-ia, por tudo, que Freud não errou!

Ele apenas precisa, como tudo em nosso Mundo, ser retificado e ampliado em suas perspectivas onde o Ego representa a ponta do iceberg mental, e o Id, as profundidades de eras transcorridas por nós mesmos, abarcando os mais diversos “sujet” do passado e mostrando-nos a ampla epopéia de um Ser divinamente histórico, que todavia tem, diante de Si mesmo, o infinito consciencial para alcançar sua Angelitude que, trabalhando, e, com o auxílio divino, conquistará!

Freud, pois, representa um dos grandes gênios da humanidade terrena, um estudioso algo cético que, entretanto, revoluciona ou revolucionara o conceito da Mente humana, constatando suas tendências, instintos, aptidões, entranhadas e um tanto veladas em sua estrutura psicológica; onde tal perspectiva, afinal, muito representara e representa para o academicismo cultural que neste Século 21, certamente, irá acatar o Espírito, sendo tal, uma fatalidade, pois que tudo ruma para o Transcendente de Nós mesmos, filhos de um Magnânimo Pai: nosso Criador.

E teria de ser assim, com o ceticismo de Freud, ou seja, sem causar maiores “abalos” ao conhecimento oficial que, de outra forma não o acataria. Freud, portanto, e conquanto sem o saber, colaborara com a descoberta dos arcanos do Ser na estrutura biológica do Homem; arcanos, pois, de sua precedência (id) e de sua superação mesma (superego) que, afinal, o aproxima dos planos eticamente superiores inspirando-lhe sua evolução psíquica e mental.

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