Fernando Rosemberg |
Dir-se-ia que a Sensação é o que nos permite ter, ou sentir, a
variedade das coisas exteriores, onde e quando, o sentir seria, ou é, o “efeito”
interior provocado pelas “causas” ou coisas do exterior. Parece-nos algo bastante
complicado escrever ou descrever - como o fazemos agora - a Sensação do sentir,
conquanto o façamos desde que nascemos neste Mundo, que o vivemos e o sentimos
hodiernamente, cotidianamente.
Na Sensação, pois, que é um conjunto de diversas potências ou
faculdades de nós mesmos: enxergamos as pessoas, as cores, os objetos, coisas
diversas do nosso exterior (pelos órgãos visuais); nós os tocamos e lhes
percebemos a textura, a temperatura, o peso (sentidos táteis); ouvimos os mais
diversos sons (audição); sentimos os sabores amargo, doce ou azedo (paladar);
e, por fim, temos o sentido que nos distingue (olfato) o aroma ou o cheiro das
coisas, se é bom ou ruim e demais coisas do tipo gostar ou não gostar.
Assim, pois, o sentir é uma reação corporal, associada quase sempre
a uma reação intelectiva ou moral, que se verifica imediatamente a um estímulo
exterior, que nos excita espiritualmente.
Entrementes, alguns pensadores tratam da Sensação como sinônimo de
Percepção. Já outros falam que Sensação seria uma espécie de qualidade pontual
das coisas, e, portanto, seriam qualidades dispersas, elementares e coisas que
tais; e a Percepção, por sua vez, seria o “saber” da Sensação do objeto ou da
coisa que, em si, desperta nossa Sensação “intelectual” de tais.
Pura questão de palavras que não definem muito bem o sentir que, em
suma, poderia, ou, deveria, enquadrar-se como algo abstrato e espiritual, como
característica de cada Ser em particular, pois cada um detém um modo especial
de Ser e de Viver.
De tal modo que, se pudéssemos resumir a Sensação incluindo e
realçando, mais especificamente, nossa Percepção das coisas por meio do Sistema
Visual humano, poderíamos dizer que: sentimos e percebemos formas ou
totalidades do mundo exterior que expressam, de si mesmas, um significado, um
sentido à nossa interioridade, nossa percepção sensorial, espiritual e moral.
Mas dir-se-ia que existem outras sensações, outras percepções, a
denominada Percepção Extra-Sensorial (PES), sendo tal uma capacidade humana,
ou para-psicológica, de detectar fenômenos, objetos e coisas sem a participação
dos órgãos sensoriais físicos de nossa constituição biológica (como visto supra).
Ora, tais fenômenos estão já universalmente bem comprovados como Clarividência
(conhecimento do que se passa nalgum lugar além de si mesmo, ou, na mente de
outrem), da Telepatia (comunicação mente-a-mente entre dois elementos separados
um do outro, e, às vezes, por quilômetros de distância), da Precognição
(conhecimento de ocorrências ou fatos a se verificarem no futuro) e da Retrocognição
(conhecimento de fatos passados), que levaram importantes estudiosos em todo o
Mundo (parapsicólogos) a reconhecer um Componente não-físico, ou extra-físico
na Mente humana que, sendo capaz de transcender o espaço e o tempo, comprovou-se,
por lógica insofismável, sua continuidade pós-morten, ou seja: para além dos
despojos carnais.
Assim temos a simples formulação:
[(PES)] =c= [(Componente Extra-Físico)] (=) [(Espírito)]
Explicando: a Percepção Extra-Sensorial (PES), provando haver algo
(em conexão com: =c=) de notável transcendência (Componente Extra-Físico) na
Mente humana, viabiliza o parecer de que tal é equivalente (=) ao que se
conhece milenarmente como Espírito, ou Alma, sobrevivente à morte corporal.
E, por outro lado, se tais componentes, de ordem Não-Física, podem
se comunicar mentalmente enquanto atuantes na matéria densa do cérebro físico,
porque tais não poderiam comunicar-se além de tal situação? Ou seja: se o
homem, antes que fisicamente humano, é espiritual, pois que encerra em Si mesmo
um componente mental extra-físico imorredouro, porque, pós-vida humana, não
poderia, como dantes, comunicar-se com os terrenos corporificados?
Os sábios do Espiritismo e da Metapsíquica provaram que sim, que
tais podem se comunicar; e a Parapsicologia de Rhine - conquanto sua restrição
- não desprezara de forma definitiva tal possibilidade; o que, no Espiritismo,
mais exatamente, dá-se o nome de: Mediunidade. Entretanto, esclareça-se que tal
possibilidade, ou comunicabilidade mediúnica, é de todos os tempos da
humanidade; a Bíblia Sagrada, por exemplo, é o mais antigo e o maior
repositório de fatos mediúnicos que se conhece no Mundo.
Todavia, modernamente falando, é no Espiritismo que a mediunidade
se avulta nos moldes científicos, tendo sido estudada e pesquisada pelos mais
eminentes sábios da humanidade; e, se Kardec foi o missionário indicado para
organizar a nova Doutrina, ele não foi o seu mentor intelectual porque o
Espiritismo é Doutrina dos Espíritos, cuja codificação se dera por sua ordem e
expressa determinação; sendo por isso mesmo uma obra coletiva e impessoal. E
mais: tal Revelação fora predita pelo Cristo em muitas passagens suas.
Por aí se vê que a Doutrina Espírita é de Origem Divina, detendo,
pois, iniciativa metafísica, ou seja: dos Espíritos sábios, muitos dos quais
viveram na Terra em épocas diversas pregando o amor, a virtude e o bem; mas a
sua elaboração resulta do trabalho do homem que não fora dispensado de estudar
e de analisar os fatos inexplicados pelas leis até então conhecidas.
Remontando dos efeitos à causa, pesquisando, questionando e
comparando, foi que se chegou às novas leis que os regem. Que não se confunda,
pois, o Espiritismo, com as demais religiões e práticas do sincretismo
afro-religioso (umbanda, quimbanda e outras) que se apartam da pesquisa
científica e da disciplina moral, onde o sustentáculo desta reside na fé
raciocinada, harmonizando inteligência e moralidade, e, portanto, Religiosidade
Interior, sem as exterioridades da forma que tantos fideistas aparentam, mas
não convencem, pois que sendo de aparência, duvidosa é!
A mediunidade genuinamente espírita, pois, é aquela praticada com
Jesus, exemplificada, pois, pelo amor, pela disciplina e pelos esforços da
educação moral, procurando escoimar-se de interesses secundários que não os da
auto-sublimação e o de levar esclarecimento e conforto espiritual ao plano da
existencialidade humana, iluminando as rotas do mundo.
Assim, pois, provando-se a existência da Alma, sua sobrevivência
noutras dimensões da realidade, o Espiritismo firma os mais sólidos pilares da
fé naqueles que não a tinham ou simplesmente duvidavam; ele dá significado
lógico para as dores do Mundo equacionando corretamente suas causas e
oferecendo soluções plausíveis para se corrigir tais distorções. O Espiritismo,
pois, sustenta novas esperanças e concebe, inteligentemente, múltiplas razões
para o nosso viver, sinalizando os meios de se obter a felicidade almejada.
Suas conseqüências na estruturação social, na vida econômica e
política dos povos são inestimáveis. É uma revolução sem precedentes que ora se
opera em todas as classes, nacionalidades, cultos, destruindo os horrores da
morte e solapando os pilares do materialismo inconseqüente e irracional. Uma
revolução, portanto, que contribui enormemente para o progresso da Humanidade,
e inicia na Terra, a Era do Espírito, restaurando a legitimidade, pureza e
simplicidade dos ensinos de Jesus.
Assim, quando as populações do Orbe terreno vão dando novos passos
evolutivos, do seu lado mesmo, por bênção do Eterno, está o Espiritismo
Codificado norteando aqueles mesmos passos que, sem ele, muito entravaria nosso
saber, nossa ética, valores que se plenificam na Perfeição almejada, meta e
alvo de todos nós.
Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio:
Palestrante, Coordenador de Estudos Doutrinários e Escritor de
dezenas de Livros digitais gratuitos:
Blog: fernandorpatrocinio.blogspot.com.br
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