segunda-feira, 30 de novembro de 2015

PARADOXO DO UM-INFINITO

Fernando Rosemberg


O que, intrinsecamente, significa o termo paradoxo? Referido termo expressa uma ideia contrária daquilo que, comumente, se espera dela; por exemplo, diz-se haver um paradoxo na frase: “o riso é uma coisa séria”. Mas, paradoxo, igualmente, pode representar algo inverossímil, sem nexo, sem lógica, mas com alguma e real possibilidade também. E, por isto, creia-me, o paradoxo é encontradiço na Ciência mesma, na Matemática, na Física (relativística: paradoxo dos gêmeos, por exemplo), como também na Filosofia e, porque não, na ideia de Deus contida nas Religiões.

Ora, sabe-se, desde o testamento bíblico, que Moisés, o primeiro grande profeta, instituíra a ideia do Deus Único, Deus Poderoso, e que, por isto mesmo, há que Ser Infinito em Tudo, em Sua Grandeza e em Seu Poder. Na concepção espírita, das mais modernas, portanto, não se pode sondar a natureza íntima de Deus, faltando-nos, pois, sentidos outros, espirituais e morais, como potências a serem conquistadas pelo Espírito humano ao longo de sua evolução. Mas já temos, conquanto seus paradoxos, ideias bastante razoáveis de Sua Natureza, de Seus Atributos, todos Eles, pois, de Ordem Metafísica e Espiritual.

Para o Espiritismo, com Kardec:

“Deus é a Suprema e Soberana Inteligência. A inteligência do homem é limitada, uma vez que não se pode nem fazer e nem compreender tudo o que existe; a de Deus, abarcando o infinito, deve ser Infinita”.

E conclui Kardec, logo adiante, que Deus é Único, Eterno, Imutável, Imaterial, Todo Poderoso, Soberanamente Justo e Bom, e, Infinitamente Perfeito.

O que nos leva, sem dúvida alguma, a vermos, em nossa relatividade evolutiva, paradoxos mais ou menos expressivos em tais Atributos divinos. Ora, Deus, sendo Um, e sendo Infinito:

“Achamo-nos, então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o Seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos n’Ele, como Ele está em nós, segundo a palavra do Cristo”. (Vide: “A Gênese” – Allan Kardec – 1868 - Ide).

Um de tais paradoxos, pois, está contido na idéia de que, mesmo sendo Um (1), Deus é de Grandeza Infinita (ooG), o que constitui uma espécie de Monismo, de um só organismo estelar, aliás, espiritual e estelar. Deus e Universo, pois, constitui Tudo: Espírito e Matéria, Ser e não-Ser, pois que a Matéria é uma ilusão, algo que não é, pois que se desfaz como energia, como entidade não-material. Apesar de tais ilações, dir-se-ia que: Tudo tem relação com Tudo neste paradoxo da Unidade de Grandeza Infinita, ou do: Um-Infinito que, sendo Um (1), todavia, é Infinito (ooG) em Sua Grandeza, sendo detentor de Imanência e Presencialidade em Tudo: em mim, em você, em Toda a Sua Criação. O que implica numa espécie de:

Equação da Infinita Grandeza:

[( Deus ) = ( ooG )]

Onde Deus é Infinito em Sua Grandeza; e que, sendo Um, se equacionaria tal como:

Paradoxo Um-Infinito de Deus:

[( Um ) = ( oo )]

Que, mesmo sendo Um (1), É Infinito (oo), o que implica, necessariamente, no desenvolvimento de novas e mais expressivas faculdades ao nosso Espírito, que, de futuro, haverá de melhor compreender o Um-Infinito de Deus, nosso Pai, nosso Criador.

Ora, se Jesus dizia ser Uno com o Pai, também nós, Espíritos finitos, haveremos de Ser Uno com Deus, ou seja, Infinito com o Pai, por mais incrível, e mais paradoxal, tal ideia possa conter de nossa perspectiva futura junto a Deus: infinito em Sua Grandeza, Sua Presencialidade Universal.
Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio
Articulista, Coordenador e Instrutor Doutrinário, Palestrante e Escritor.
Blog: fernandorpatrocinio.blogspot.com.b

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